LOPES,
Amanda Cristina Teagno. Educação
Infantil e registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009. (Coleção Docência
em Formação: Série educação infantil).
O livro Educação Infantil e registro de práticas
faz parte da Coleção Docência em Formação e tem por objetivo oferecer subsídios
formativos levando em conta as novas diretrizes curriculares para profissionais
da educação que atuam ou estão em processo de formação.
A obra nos traz a importância do registro na ação
docente, e como pode contribuir para os educadores no seu processo de formação
continuada, ampliando e desenvolvendo seu trabalho de forma construtiva e
reflexiva, aprendendo a valorizar suas experiências e práticas do dia a dia.
O registro é de fundamental importância
em todas as atividades pedagógicas. Sobretudo na educação infantil a autora nos
lembra que o registro é uma memória do desenvolvimento capaz de recuperar os
significados da prática pedagógica. Lembra-nos a autora que o registro não deve
ter fins estatísticos, mas sim de reflexão do trabalho pedagógico, possibilitando
ao professor traçar metas que levem a criança a ampliar
conhecimentos.
De maneira geral a autora apóia-se em vários estudiosos
e principalmente em colegas de trabalho para emitir suas considerações. Em
poucas oportunidades em que declara suas próprias ideias nos lembra que a
decisão de adotar uma postura crítica e participativa faz-se necessária ao
profissional reflexivo, que avalia e reestrutura seus objetivos, seus saberes e
seus procedimentos, em um processo permanente de aperfeiçoamento. Chama-nos a
atenção, que o educador precisa ser conduzido para estas práticas e incentivado
a refletir sobre novas metodologias e uso das novas tecnologias, discutindo a
sua experiência dentro do ambiente escolar e com seus pares. Ainda reforça a
importância de contextos de formação que privilegiam os saberes dos professores
e toma suas práticas como objeto de estudo e reflexão geradas pelo conhecimento
da prática e na prática de registro. Partindo desse princípio pode o professor
lançar mão de novas propostas de trabalho.
Conforme a autora aponta, a
avaliação não pode ser apenas um ato técnico, mas deve ter um caráter político
(pois o registro é “intencional”). Sendo assim torna-se o principal aspecto da
avaliação pode transformá-la em prioridade dentro das políticas públicas.
Concordamos com opinião de
Amanda Cristina: toda ação de registro das ações deve ter como
umas das metas o aprimoramento das práticas do trabalho docente,
lembremos porém que não devemos ter apenas registros históricos ou meras
formalidades, mas que eles sejam mecanismos de aperfeiçoamento da prática e dos
avanços para a educação
Lembra-nos a autora que o
registro reflete cada sujeito e seu momento de construção dentro do
conhecimento. Partindo deste princípio o registro deve ter caráter amplo,
diverso e significativo para cada criança enquanto sujeito inserido no contexto
educacional e para o professor uma possibilidade de novas estratégias
pedagógicas.
Isso nos impulsiona a
realizar realmente um trabalho voltado ao individual de cada criança,
respeitando as criações e dificuldades de cada um, suas particularidades e
expondo da melhor forma possível, para que não só a escola, mas toda a
comunidade escolar possa valorizar esse avanço.
Teagno nos convida a experimentar a prática de
registrar a nossa ação docente, espera-se que as reflexões feitas até agora,
tenham repercussões positivas na ação docente e que contribuam para a melhoria
da qualidade do ensino, mas que principalmente, os profissionais da educação,
melhor dizendo, os professores sejam estimulados a escrever, a serem autores de
seu fazer pedagógico, que deixem marcas a retratar a sua história vivenciada em
sala de aula, através do registro.
Compreendemos com a leitura dessa obra que o
processo de documentar nosso fazer pedagógico vai mais além do registro, deve
ser um ponto de partida para a reflexão onde o olhar deve ser de investigar,
desenvolver novas estratégias. O professor deve se inquietar diante da
necessidade de seu fazer significativo. A documentação oferece novas análises
do que se pode ter como formação em serviço, tornando-nos formadores de nosso
próprio saber.
Resenha elaborada por Evanir Ximenes
Gomes, pós-graduanda do curso de Educação Infantil e suas Linguagens do Instituto
de Ensino Superior Funlec. Resenha solicitada no Módulo “Aprender: Prática
Resconstrutiva”.